Sunday, November 6, 2011

Falta-me 1h de vida

A última carta - Até já

Se tivesse 1h de vida não estaria certamente agarrado a um papel e caneta a escrever. Estaria onde deveria estar!Dizer o que já disse ou o que devia ter dito! Fazer o que devia ter feito ou refazer!
São estes três verbos que comandam: Estar, Dizer e Fazer.
Aos meus pais diria o quanto gosto deles e agradeço o que fizeram e fazem por mim, pois tudo ou quase tudo que sou a eles o devo.
Às minhas irmãs por quem tenho grande carinho, estaria com elas a brincar e a idealizar novos projectos, mesmo podendo não os realizar, poderiam elas fazê-lo.
À família da Rita, especialmente aos pais, estaria e diria obrigado pela ajuda e presença no alargamento da família.
À prof. Paula um obrigado pela ajuda, partilha e crescimento científico e humano.
Com a Rita estaria num abraço, num simplesmente existir como se não houvesse mais mundo à volta, apenas nós. Diria o quanto a amo, que por vezes não o digo nem o faço com gestos. Faria... o que houvesse tempo.
Se estivesse sozinho, tal como estive agora para realizar esta carta, pensaria sobre o que fiz, disse e estive.
Tenho 1 artigo a enrolar há algum tempo, se não o fiz, vou fazê-lo.
As minhas fotos desorganizadas, vou organizá-las.
Tudo o que fiz não me poderei arrepender de nada, mas sim significado de crescimento!
A todas as pessoas que magoei apenas gostaria que qualquer uma delas esteja bem.
Muitos mais foram aqueles com quem sorri e partilhei a vida.
São todos aqueles que estiveram, aqueles que estão e aqueles que imaginei que estariam que me fizeram ser quem sou e a quem eu agradeço.
Agradeço pelo Dom da Vida!
Sem Deus, nada disto teria sido possível e com ele tudo acontece.
Se um dia sonhei ser algo que não fui e não o sou é porque nunca seria para acontecer.
Pois acredito que na vida nada acontece por acaso.
Eu não existo/existi por um acaso e a minha missão foi



Assim morri.
Em que o tempo acabou e tanta coisa ficou por descobrir.
Por vezes andamos às voltas com coisas que não interessam e não procuramos aquilo que nos pode tornar um sinal mais.
A vida serve para ser vivida! Pois no céu... no céu vamos ter a vida eterna. Mas enquanto na Terra teremos mesmo de viver da melhor maneira para chegar ao encontro dos nossos pedaços que já lá estão à nossa espera.
E o re-encontro será a cinco - eu, os outros, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.


O Caminhante

P.S. - A uma primeira vista parece que me esqueci dos amigos, mas nunca me esqueço deles e como não me esqueço estão sempre comigo. Pois verdadeiros amigos temos poucos e são para toda a vida!
Foto tirada numa praia da Califórnia, USA.

Friday, May 27, 2011

Ver mais do que…

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Ver mais do que..

Ver o que/quem somos, o que trazemos dos outros em nós e o mundo que nos rodeia.

Por vezes só olhamos para nós, em todas as asneiras que fazemos ou em todo o orgulho que temos por ter feito qualquer coisa boa. Outras vezes culpamos os outros por aquilo que nos acontece ou então o outro é melhor do que nós em determinado acontecimento. Quando não nos percebemos, mesmo olhando o mundo a nossa volta não o vamos entender pois não é possível entender quando não está predisposto.

E afinal quem sou? Quem és? Quem somos?

Aquilo/aquele que sou, sou eu com qualidades e defeitos, razão e fé, alegrias e tristezas, inteligência ou burrice, … . Também sou aqueles que trago comigo, aqueles com quem aprendi a crescer, aqueles com quem aprendi a sofrer, aqueles com quem aprendi a amar. O mundo que está fora de mim pode ser menor do que aquele que trago dentro, pois depende se trago amor, se trago Deus dentro de mim.

O amor transforma a mais simples coisa num acto memorável. A fé de cada um não pode ser maior do que a fé de todos juntos porque senão o ego será superiorizado e não deixará que se leve a beleza das coisas aos outros.

O ver mais do que… implica muito esforço e trabalho de cada um. Usar óculos pode ajudar, mas há certos óculos que não se compram e é preciso construí-los, dia-a-dia com esforço, trabalho e mais do que isso – entrega e alegria em querer ver cada coisa pelo lado positivo.

A vida requer viver e para isso terei de ver mais do que…

O Caminhante

P.S. – Esta foto foi tirada por mim no Arizona a caminho do Grand Cannyon.

Monday, February 7, 2011

A pegada da partilha

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Escrever não é fácil para algumas pessoas. Para outras é impossível. Para mim é apenas uma questão de dias, e basicamente os dias de escrita resumem-se a estes que todos podem ler, se bem que outros escritos só algumas ou ninguém leu.

Começo assim, pois a minha ausência da escrita foi longa.

Esta fotografia tirei-a num lugar distante em Lincoln, NE. Com cerca de -20ºC na rua e se o vento aperta sente-se mais negativa a temperatura. A neve encobre o chão de relva, ocupa o espaço vazio da piscina, enfeita os telhados e as árvores…

Todas as marcas de pegadas na neve foram feitas por pessoas que ali passaram, vidas cruzadas. A neve permite que nós vejamos que existe mais alguém para além de nós. Alguém que também caminha. Alguém que deixa marcas. Alguém que muitas vezes não vemos mas que nos transforma.

Caminhar no desconhecido pode ser difícil, pois ao pisar a neve imagina-se que existe chão por baixo, agora a profundidade é que não se sabe a principio.

Há pouco olhava para os meus pés e pensava que cada um tem pés diferentes e todos servem para caminhar para… Podemos fazer tanta coisa com o uso dos pés. Mas o que realmente nos torna humanos é o caminhar para o encontro dos outros e do encontro com Deus.

Quando se vai ao encontro e não se levam armaduras tudo fica mais fácil. A Pegada que tanto falo é aquela que não se vê mas se sente porque existe. A relação com o outro é um caminho que nos leva a algum sítio, que nos transforma e tem a capacidade de transformar o outro.

Na vida tudo pode ser em vão se não soubermos dar pegadas, não que as pegadas sejam sempre boas, pois às vezes cai-se e a pegada fica diferente. Mas pegadas na direcção da partilha, aquela que se dá sem pedir nada em troca.

Partilhar é tornar a nossa vida com mais sentido, pois deixa de ser egoísta a vida e torna-se plural.

Que as pegadas de partilha nos tornem caminhantes do infinito.

 

O Caminhante